Por que engenharia e literatura não podem ser irmãs? Por que um engenheiro não pode ser também escritor? Por que letras e números devem ter aversão entre si? Não nesse local. Esse é um blog para amantes da literatura e dos números, um blog criado por um engenheiro, porém que fala de letras e palavras.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Conto: Não dou flores
Não dou flores. Simplesmente não consigo fazer esse gesto. Nem pelo amor da minha vida, nem por nenhum amor adolescente que tive, nem por qualquer amor futuro, mãe dos meus filhos... quem quer que seja. Eu não dou flores. Perdi grandes paixões por esse orgulho. Dizem que é infundado. Elas sempre esperam o buquê com rosas vermelhas, mas eu não consigo. Perdi o amor da minha vida assim. “Por que você nunca me deu flores” – ela perguntou. “Não dou flores, não fiz nada de errado, não tenho por que pedir desculpas".
Dar flores, para mim, sempre pareceu o tipo da coisa que se faz quando a cagada feita é muito grande. Quando não se tem alternativa para pedir desculpa a mulher amada, então, recorre-se às flores. Por isso, não as dou. Porque eu amo com todas as forças, e a cada dia, e não me sobra tempo para errar a ponto de ter que pedir desculpas com um buquê na mão.
Assim, perdi o amor da minha vida. A mais bela... Que ao me ver chegar com o buquê, não entendeu que eu havia ultrapassado o limite do orgulho, por amor, e estava prestes a fazer o pedido, deixando para trás minha crença. Ela virou de costas e nunca mais voltou... Nunca me deixou explicar o verdadeiro motivo do buquê... nunca quis ouvir... Não queria desculpas... Mas as desculpas nunca foram pedidas, não havia motivo para isso. Sobrou-me apenas a solidão.
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